terça-feira, 13 de julho de 2010

Furia


Este post é tão somente para encerrar a reflexão sobre a copa... Se ainda foi um time europeu o campeão, pelo menos é um daqueles que não representa a tradicional visão de êxito e modernidade que a Europa disseminou pelo planeta. Há tempos o mundo ibérico é marginalizado no contexto do continente europeu e da expansão de seu projeto ocidentalizante pelo globo. O padrão fora exportado pelos fleumáticos saxões, ou sóbrios e moderados germânicos. Aos latinos de "sangue quente", relegue-se o fracasso e o atraso.
Somos resultado desse segundo grupo. A América ibérica é vista com o estigma do atraso e do arcaísmo que são conferidos às nossas matrizes européias (que não são as únicas é óbvio). Nossos irmãos do norte são o modelo do êxito a ser seguido, do projeto que deu certo, a face boa desse continente moldado à imitação da Europa.
Mas nos recusamos a assumir essas leitura... Não porque desejamos nos tornar um modelo e um padrão, mas sim porque desejamos que os modelos civilizacionais caiam. No que se refere à tolerância pelos modos e ritmos de vida de culturas diferentes, arvora-se o direito pela autonomia de optar-se por ser o que se deseja.
Exaltar, pois, o mundo ibérico, não é um exercício egocêntrico. É apenas uma nova alegação: uma recusa a trilhar caminhos de êxito e sucesso que nos foram impostos por outros...
Parabéns Espanha...

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